Acompanhar a emergência climática no Pantanal e na Amazônia, regiões que vêm sendo castigadas pela seca e queimadas. Esse é o objetivo da sala de situação, anunciada pelo Governo Federal, na sexta-feira (14). O grupo vai reunir integrantes de 19 ministérios, para trabalhar na gestão de risco e enfrentamento de desastres climáticos.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, apontou que o tempo está sob influência dos fenômenos El Niño e La Niña, e que o Pantanal vive uma situação crítica de natureza hídrica, com escassez de água em toda a bacia do Paraguai.
Por isso, ela ressalta que, além de combater a crise, é preciso trabalhar na prevenção e na gestão do risco.
“A Agência Nacional de Águas já estabeleceu situação crítica de escassez hídrica na bacia do Paraguai, nós vamos ter o mesmo em relação à Amazônia, e agora nós precisamos agir naquela lógica de não apenas ação no momento do desastre, mas na gestão do risco”.
Uma das medidas já tomadas foi a contratação de mais de dois mil brigadistas para atuar em todo o Brasil, com foco no Pantanal e na Amazônia. A ministra acrescentou que o Ministério da Saúde também será envolvido, já que os incêndios comprometem o bem-estar, principalmente, de crianças e idosos.
Segundo Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, a atual situação do Pantanal é inédita. Ele aponta que pela primeira vez o Pantanal está seco no primeiro semestre, e com pelo menos 15 focos de incêndios agora, em uma época na qual nunca houve fogo no Pantanal.
No caso da Amazônia, mais de 12 mil quilômetros quadrados foram queimados entre janeiro e abril, o maior número em mais de duas décadas, segundo os registros do Inpe, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
Dados do Programa Queimadas, do Inpe, registram 880 focos de queimadas no país até o momento, nove vezes mais que no mesmo período do ano passado.
Edição: Roberta Lopes / Fran de Paula
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