Os gastos com viagens de brasileiros ao exterior estão normalizando, de forma a se aproximarem cada vez mais com os registrados no período anterior à pandemia, conforme disse hoje (25) o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha.
Ao detalhar os resultados do setor externo referentes ao mês de março, Rocha disse que a conta de viagens internacionais registrou despesas líquidas de US$ 648 milhões no mês. O número é bastante superior ao registrado em março de 2021, quando essas despesas líquidas (gastos de brasileiros maiores que as receitas de estrangeiros) somaram US$ 100 milhões.
De acordo com o BC, na mesma base de comparação – março de 2022 com março de 2021 -, os fluxos brutos de receitas de viagens, que representam os gastos de estrangeiros no Brasil, expandiram 112,2%, totalizando US$ 453 milhões, enquanto as despesas de viagens (gastos de brasileiros no exterior) cresceram 251,8%, somando US$ 1,1 bilhão.
Espaço para crescer
“Esses US$ 648 milhões de março de 2022 [saldo] parece ter mais espaço para crescer, na medida em que forem se normalizando as atividades durante o pós- pandemia”, disse Rocha acrescentando que, com relação às contas de viagens internacionais, o país “está a caminho da normalidade pré pandemia”. Mas ainda não chegamos lá”.
Ele lembra que essas contas sempre apresentam muita sazonalidade, uma vez que é mais impactada em período de férias. Ele, no entanto, acrescenta que o país encontra-se em uma “situação diferente”, se compararmos a queda no déficit com a recente recuperação.
“Em março agora, se compararmos o déficit de US$ 648 milhões com qualquer mês da série para trás, veremos que é o maior desde janeiro de 2020”, disse.
Contas externas
De acordo com as estatísticas do setor externo referentes a março deste ano, as contas externas registraram déficit de US$ 2,8 bilhões no mês. Em março de 2021, o saldo negativo foi de US$ 5,2 bilhões.
As contas externas brasileiras representam as compras e vendas de mercadorias, serviços e transferência de renda na relação entre Brasil e outros países.
Ainda segundo as estatísticas apresentadas hoje, as reservas internacionais do país diminuíram US$ 4,6 bilhões em apenas um mês, entre fevereiro e março, ficando em US$ 353,2 bilhões.