Quarenta bilhões de reais são necessários para descarbonizar a indústria brasileira até 2050 e ajudar a combater o aquecimento global. A estimativa foi divulgada nesta segunda-feira (4) pela Confederação Nacional da Indústria na COP 28, a Conferência Mundial do Clima.
O estudo da CNI chegou aos R$ 40 bilhões, mas destacou que o custo para uma economia de baixo carbono pode ser ainda maior. Isso porque nem todo investimento indireto para aumentar a oferta de energia renovável foi considerado, como em portos e estradas. Apesar disso, era preciso ter uma estimativa na mão até para dar os próximos passos na transição.
Foi o que explicou Davi Bomtempo, gerente-executivo de Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A CNI também afirma que a maior parte dos setores pode reduzir as emissões de gases do efeito estufa a médio e longo prazos. Os destaques são para o cimento e da siderurgia que podem evitar a emissão de 500 milhões de toneladas de gás carbônico até 2050.
O estudo também lista medidas para descarbonizar a indústria e ajudar a combater o aquecimento global e as mudanças climáticas. Entre elas, o uso de caldeiras a gás natural na indústria química e do alumínio e a recuperação de calor no caso do cimento e do aço.
Pelo Acordo de Paris, assinado em 2015, o Brasil deve reduzir as emissões em 48% até 2025 e em 53% até 2030. Isso para ajudar, junto com outros 194 países, a limitar o aquecimento global em 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais.
Para a CNI, sem uma política de preço para a emissão de carbono, o Brasil conseguiria atingir as suas metas. Só que com uma política de taxação crescente sobre o carbono, o Brasil atingiria as metas e garantiria ainda saldo zero de emissão em 2050.
E com um mercado de créditos e débitos de carbono haveria ainda crescimento do PIB, da riqueza do país, em 2030 e 2050.
A regulação do mercado de carbono aqui no país está em análise no Congresso Nacional.
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