O governo do Distrito Federal (GDF) anunciou o cancelamento do carnaval deste ano. Segundo o GDF, a decisão foi motivada pela escalada de casos de covid-19, associada ao aumento dos registros de influenza A na capital do país.
O último boletim epidemiológico, publicado ontem (6), registra 1.451 novos casos, com a média móvel dos últimos sete dias em 544 casos.
O Decreto 42.898 atualizou outro decreto que disciplinava as medidas de enfrentamento à covid-19 na cidade, suspendendo “a realização de festas e eventos de carnaval, públicos ou privados”.
Em nota, a Liga dos Blocos Tradicionais do DF diz que concorda com a decisão do governo, mas defende a realização do carnaval fora do período tradicional, como forma de apoiar trabalhadores e empreendedores envolvidos no festejos.
“A cadeia produtiva direta e indireta do carnaval emprega milhares de profissionais a cada ano. Portanto, será muito difícil para toda essa categoria ficar novamente sem a realização do maior evento de Brasília. É importantíssimo que o GDF apoie e destine recursos para socorrer o setor, que corre o risco de ficar mais um ano parado”, argumenta a Liga.
A Plataforma de Carnaval Praça dos Prazeres, coletivo que promove eventos de carnaval no DF há 16 anos, manifestou-se contra o cancelamento dos festejos sem diálogo com os grupos envolvidos. “É possível realizar o carnaval de uma maneira que promova a saúde, com ações como eventos online que poderiam ter um bom conteúdo para que as pessoas fiquem em casa e mantenham o isolamento”, afirma a coordenadora da plataforma, Juliana de Andrade.
Nesta semana, as cidades de São Paulo, Olinda e Recife, em Pernambuco, anunciaram o cancelamento das comemorações de carnaval. Em Olinda, a prefeitura informou que haverá auxílio e programas de fomento para as pessoas e grupos envolvidos no carnaval.